Ir para o conteúdo principal

Plantas_com_Substâncias_Alergênicas

Descrição e Mecanismo de ação

Algumas plantas apresentam substâncias alergizantes que podem provocar reações de hipersensibilidade.

No Brasil, destacam-se algumas espécies da família Anacardiaceae, como por exemplo a aroeira.

Em espécies dessa família, está presente uma mistura complexa de compostos fenólicos, denominados genericamente urushiois. São extremamente lipofílicos e acumulam-se nas membranas celulares, reagem com proteínas da pele para formar antígenos, provocando dermatite.

As espécies Lithraea molleoides e Lithraea brasiliensis, conhecidas como aroeira-brava, são responsáveis pelas reações cutâneas mais acentuadas.

Já as espécies Schinus terebenthifolius e Schinus molle, ambas denominadas aroeira-mansa, não causam reações dérmicas tão acentuadas.

Toxicidade

'''A toxicidade e gravidade do caso está relacionada à sensibilidade individual.

A hipersensibilização pode ocorrer do contato direto da planta com a pele ou, em muitos casos, apenas pela proximidade do vegetal (sem contato direto), devido ao poder volátil das substâncias alergizantes.

Os distúrbios pode ser respiratórios, dermatites alérgicas, alergia alimentar, fotossensibilização.

Manifestações Clínicas

  • Geralmente há um período de latência entre a exposição à planta e o início dos sintomas, pois envolve a sensibilização do sistema imunológico.
  • O quadro clínico caracteriza-se por dermatite, apresentando eritema, pápulas e vesículas com prurido intenso.
  • As manifestações podem persistir por vários dias.

Tratamento

  • Lavar o local de contato abundantemente. Remover qualquer roupa contaminada também, pois podem abrigar a resina alergênica.
  • Em caso de aparecimento das lesões cutâneas o tratamento é sintomático e suportivo.
  • São indicados os antissépticos de ação local e, nos casos mais graves, é recomendada a administração de corticóides e anti-histamínicos.
  • A regressão do quadro é normalmente lenta, sendo importante tomar medidas para evitar infecções secundárias.

Exemplos de Plantas com Substâncias Alergênicas

Outras plantas com potencial semelhante de intoxicação: Acerola (Malpighia emarginata); Charão (Rhus succedanea); Caviúna-vermelha, jacarandá-rosa (Machaerium scleroxylon); Hera (Hedera helix); Tulipa (Tulipa sp); Peroba (Aspidosperma sp); Ipê (Tabebuia sp).

Lithraea brasiliensis (aroeira-brava, aroeira-bugre, aroeira-do-mato, aroeirinha- preta, pau-de-bugre, coração-de-bugre). Família: Anacardiaceae.Substância ativa: Urushiois. Fonte: https://floradigital.ufsc.br/open_sp.php?img=18768

Lithraea brasiliensis (aroeira-brava, aroeira-bugre, aroeira-do-mato, aroeirinha- preta, pau-de-bugre, coração-de-bugre). Família: Anacardiaceae.Substância ativa: Urushiois. Fonte: https://floradigital.ufsc.br/open_sp.php?img=18768

Schinus terebinthifolius (lentisco, aguará-ibá, aroeira-vermelha). Família: Anacardiaceae.Substância ativa: Urushiois. Fonte: https://floradigital.ufsc.br/open_sp.php?img=23750

Schinus terebinthifolius (lentisco, aguará-ibá, aroeira-vermelha). Família: Anacardiaceae.Substância ativa: Urushiois. Fonte: https://floradigital.ufsc.br/open_sp.php?img=23750

Lithraea molleoides (aroeira-brava, aroeira-branca). Família: Anacardiaceae.Substância ativa: Urushiois. Fonte: https://floradigital.ufsc.br/open_sp.php?img=553

Lithraea molleoides (aroeira-brava, aroeira-branca). Família: Anacardiaceae.Substância ativa: Urushiois. Fonte: https://floradigital.ufsc.br/open_sp.php?img=553

Lesões de pele causadas por aroeira. Fonte: CIATox_SC.

Lesões de pele causadas por aroeira. Fonte: CIATox_SC.

Reação de hipersensibilidade a acerola e exposição ao sol. Fonte: CIAtox/SC/2005.

Reação de hipersensibilidade a acerola e exposição ao sol. Fonte: CIAtox/SC/2005.

Referências

  1. Andrade Filho, A.; Campolina, D.; Dias, M. B. Toxicologia na prática clínica. 2° ed. Editora Folium. 2013. 675p.

  2. Toxicodendron species. In: NATIONAL POISONS INFORMATION SERVICE (NPIS). TOXBASE® © Crown copyright 1983-2023. Reino Unido, 2023. Disponível em: https://www.toxbase.org/. Acesso em: 25 Set. 2023. [acesso restrito].

  3. MATOS, A. F. A. et al. Plantas tóxicas: estudo de fitotoxicologia química de plantas brasileiras. Instituto Plantarum de Estudos da Flora,

  4. 247p.

  5. Nelson LS, Shih RD, Balick MJ (2007) Handbook of poisonous and injurious plants, 2nd edn. Springer, Boston.

  6. OLSON, K.R. Manual de toxicologia clínica. 6ª edição. Editora Artmed. Porto Alegre, 2014.

  7. SIMÕES, C. M. O.; SCHENKEL, E. P.; GOSMANN, G.; MELLO, J. C. P.de; MENTZ, L. A.; PETROVICK, P. R. (Orgs.) Farmacognosia: da planta ao medicamento. 5. ed. rev. ampl. Porto Alegre / Florianópolis: Editora da Universidade UFRGS / Editora da UFSC, 2003.

Elaborado por: Marisete Canello Resener

Revisado por: Adriana Mello Barotto, Taciana Mara da Silva Seemann

Registrado por: Marisete Canello Resener

Data: Setembro/2023.