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Azul de Metileno - antídoto

Sinônimos

  • Cloreto de Metiltionina (Methylene Blue; Methyoninium Chloride).

Nome Comercial

  • Produto manipulado.

Indicação Terapêutica como Antídoto

a. O azul de metileno é usado para tratar a metemoglobinemia, quando o paciente apresentar sinais/sintomas de hipoxemia (por exemplo, cianose, dispneia, confusão ou dor torácica) e/ou nível de metemoglobina superior a 30%.

b. Diversas substâncias podem ser metemoglobinizantes como, por exemplo, nitritos e nitratos, bromatos e clorados, derivados da anilina, agentes antimaláricos, dapsona, herbicida propanil, sulfonamidas e anestésicos locais.

Apresentação e Via de Administração

  • Solução injetável a 1% - 10mg/ml – ampola de 5ml
  • Via: I.V.

Dose, Administração e Duração do Tratamento

O uso do antídoto AZUL DE METILENO a 1% deve ser utilizado para os casos sintomáticos sugestivos, como cianose, associada a sangue “achocolatado” e/ou quando a metemoglobinemia for superior a 30%.

Adultos e Crianças:

  • Dose de 1 a 2mg/Kg (0,1 - 0,2ml/kg da solução a 1%) em infusão venosa lenta (5 minutos) em Soro Glicosado 5%: a melhora da cianose e a redução dos sintomas ocorrem em 15 a 20 minutos após o seu uso.
  • Pacientes que persistirem cianóticos e sintomáticos podem receber dose adicional de 1mg/Kg (0,1ml/kg) de azul de metileno, 30 a 60min após a dose inicial.
  • O total administrado não deve ultrapassar 5 a 7mg/Kg em 24 horas.
  • A concentração sérica de metemoglobina deve ser repetida e confirmada 1 a 2 horas após infusão do azul de metileno para avaliar efetividade.

Neonatos:

  • Dose de 0,3 a 1mg/Kg por via intravenosa lenta.

Mecanismo de Ação

O azul de metileno, em concentrações baixas, atua como um cofator para acelerar a conversão de metemoglobina à hemoglobina. O azul de metileno combina-se ao NADPH, na presença de NADPH metemoglobina-redutase, para produzir azul de leucometileno. Este por sua vez, reduz a metemoglobina à hemoglobina. A glicose-6-fosfato desidrogenase (G-6-PD) é essencial para a formação de NADPH, e assim, necessária para a função do azul de metileno.

Precauções e Contraindicações

  • Hipersensibilidade conhecida ao azul de metileno e deficiência de metemoglobina redutase.
  • Pacientes com deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase (G-6-PD). Esta deficiência resulta em menor concentração de NADPH o qual é necessário para o azul de metileno atuar. Doses adicionais de azul de metileno não devem ser administradas, devido ao risco de hemólise induzida pelo azul de metileno.
  • O paciente pode ter uma condição hereditária que causa metemoglobinemia, tais condições podem ser muito raras.
  • Falência renal severa.

Reações Adversas

  • Náuseas e vômitos, cefaleia.
  • A infusão endovenosa do azul de metileno produz queda transitória na saturação medida por oximetria de pulso devido a sua coloração.
  • Coloração azulada na urina do paciente durante a administração.
  • A administração de alta dose de azul de metileno ou a infusão rápida pode ocasionar o surgimento de náuseas, hipertensão, disúria, dor retroesternal, taquicardia e ansiedade.
  • Doses excessivas podem induzir metemoglobinemia (principalmente se dose > 7mg/kg).
  • Uma complicação grave do uso de azul de metileno é a hemólise (principalmente se dose > 15mg/kg).
  • O extravasamento pode levar à necrose tecidual local.
  • Síndrome Serotoninérgica (agitação, alucinações, delirium, coma, instabilidade autonômica, hipertermia, tremor, rigidez, mioclonias, convulsões) Principalmente se associado à ingesta de drogas serotoninérgicas.

Uso na Gravidez

a. Fator de Risco: C/D

b. O tratamento de metemoglobinemia em paciente gestante deverá ser o mesmo que para uma paciente não gestante.

Quantidade mínima para tratar um paciente adulto de 70kg, grave, nas primeiras 24h

6 ampolas de uma solução injetável a 1% (10mg/ml – ampola de 5ml).

Disponibilidade do medicamento em Santa Catarina

Pela portaria dos antídotos deve estar disponível em 36 Pontos Estratégicos de Atenção da Política de Atenção à Saúde em SC (Hospitais listados no Anexo III da Política - ver Portaria 447), além das USA's (SAMU). Na prática, está disponível nos seguintes locais:

Grande Florianópolis: Hosp. Universitário/UFSC (Fpolis), Hosp. Infantil Joana de Gusmão (Fpolis), Hosp. Reg. Homero de Miranda Gomes (HRSJ / São José), Hospital Azambuja (Brusque); Hosp. São José e Mat. Chiquinha Gallotti (Tijucas); Sul: Hosp. N. Senhora da Conceição (Tubarão); Hosp. São José e Hosp. Santa Catarina (Criciúma); Hosp. Santa Terezinha (Braço do Norte); Vale do Itajaí: Hosp. Santo Antônio (Blumenau), Hosp. Reg. do Alto Vale (Rio do Sul), Hosp. Bom Jesus (Ituporanga); Foz do Rio Itajaí: Hosp. Ruth Cardoso (Bal. Camboriú), Hosp. Marieta K. Bornhausen (Itajaí); Nordeste: Hosp. Mun. São José e Hosp. Hans Dieter Schmidt (Joinville); Serra: Hosp. Tereza Ramos e Hosp. Infantil Seara do Bem (Lages); Planalto Norte: Hosp. São Vicente de Paula (Mafra), Hosp. Mat. Sagrada Família (São Bento do Sul); Hosp. de Caridade São Braz (Porto União), Hosp. Santa Cruz (Canoinhas); Meio Oeste: Hosp. Universitário Santa Terezinha (Joaçaba), Hosp. Hélio dos Anjos Ortiz (Curitibanos), Hosp. Maice (Caçador), Hosp. São Francisco (Concórdia), Hosp. Divino Salvador (Videira); Hosp. Dr José Athanásio (Campos Novos); Grande Oeste: Hosp. Regional do Oeste (Chapecó), Hosp. Regional do Extremo Oeste (SMO), Hosp. São Paulo (Xanxerê), Hosp. São José (Maravilha).

Referências

DRUGDEX® Evaluations. Thomson Micromedex. Disponível em: <http://www.micromedexsolutions.com/micromedex2/librarian>

TOXBASE® . Disponível em: <http://www.toxbase.org>.

OLSON, K.R. Manual de toxicologia clínica. 6ª edição. Editora Artmed. Porto Alegre, 2014.

UPTODATE. Disponível em: http://www.uptodate.com/contents/search

Atualizado em: Junho/2016

Equipe CIT/SC