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Plantas com Espinhos, Seiva ou Látex Irritante

Descrição e Mecanismo de ação

O látex presente nas plantas contém ésteres diterpênicos derivados do forbol e do ingenol, que são responsáveis pela ação cáustica e irritante. Grande parte das plantas que possuem essa substâncias são da família Euphorbiaceae e muitas são utilizadas como plantas ornamentais.

A presença de espinhos como, por exemplo, nos cactos e pelos urticantes como na urtiga podem causar lesão mecânica e irritativa.

Toxicidade

  • A toxicidade depende da espécie e da parte da planta envolvida na exposição.
  • Os casos de intoxicação são devido ao contato do látex da planta com a pele e mucosas, causando irritação no local de exposição.
  • A gravidade da intoxicação vai depender da quantidade e da duração da exposição ao látex.

Manifestações Clínicas e Tratamento

Via da Exposição

Manifestações Clínicas

Tratamento

INGESTÃO

  • A ingestão pode produzir irritação dos lábios e mucosa oral e sintomas gastrointestinais, como náuseas, vômitos e diarreia.
  • Se ingestão indica-se tratamento sintomático.
  • Hidratação endovenosa e reposição eletrolítica se necessário.

CUTÂNEA

  • A exposição da pele pode produzir dermatite irritante causando dor, prurido, eritema, edema e bolhas.
  • Lavar abundantemente o local de contato e tratamento sintomático.

OCULAR

  • A exposição ocular pode produzir irritação da mucosa ocular, hiperemia, edema palpebral, diminuição da acuidade visual, conjuntivite, ceratoconjuntivite; cegueira temporária nos casos mais graves.
  • Lavar imediatamente os olhos com água ou soro fisiológico com abundância, durante 20-30 minutos, sempre da porção nasal para a lateral, evitando o acometimento do outro olho.
  • Se os sintomas persistirem, encaminhar o paciente para avaliação oftalmológica para avaliação da lesão e procedimentos cabíveis.

Exemplos de Plantas com com Espinhos, Seiva ou Látex Irritante

Referências

  1. Andrade Filho, A.; Campolina, D.; Dias, M. B. Toxicologia na prática clínica. 2° ed. Editora Folium. 2013. 675p.

  2. Euphorbia species. In: NATIONAL POISONS INFORMATION SERVICE (NPIS). TOXBASE® © Crown copyright 1983-2023. Reino Unido, 2023. Disponível em: https://www.toxbase.org/. Acesso em: 14 Set. 2023. [acesso restrito].

  3. Matos, A. F. A. et al. Plantas tóxicas: estudo de fitotoxicologia química de plantas brasileiras. Instituto Plantarum de Estudos da Flora,

  4. 247p.

  5. Nelson LS, Shih RD, Balick MJ (2007) Handbook of poisonous and injurious plants, 2nd edn. Springer, Boston.

  6. North Carolina Extension Gardener Plant Toolbox. Disponível em: https://plants.ces.ncsu.edu/. Acesso em: 14 Set. 2023.

  7. Olson, K.R. Manual de toxicologia clínica. 6ª edição. Editora Artmed. Porto Alegre, 2014.

  8. Simões, C. M. O. et al. Farmacognosia: da planta ao medicamento. 5. ed. rev. ampl. Porto Alegre / Florianópolis: Editora da Universidade UFRGS / Editora da UFSC, 2003.

Elaborado por: Marisete Canello Resener

Revisado por: Adriana Mello Barotto, Taciana Mara da Silva Seemann

Registrado por: Marisete Canello Resener

Data: Setembro/2023.