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Octreotide - antídotos

Sinônimos

  • Octreotide; acetato de octreotida (Octreotide)

Nome Comercial

  • Sandostatin

Indicação Terapêutica como Antídoto

Superdosagem de hipoglicemiantes orais do grupo das sulfoniluréias (clorpropramida, glibenclamida, glimepirida, glicazida, glipizida) ou hipoglicemia induzida por quinina. Em casos de hipoglicemia induzida por sulfoniluréias em que há hipoglicemia recorrente após 2 doses de glicose hipertônica o uso do octreotide parece ser eficaz e seguro. Também pode ser considerado um agente de primeira linha junto com a glicose em overdoses de sulfoniluréia, pois pode reduzir as exigências de glicose e evitar a hipoglicemia de rebote.

Apresentação e Via de Administração

  • Acetato de Octreotida (Sandostatina, Genérico), 0,05; 0,1 e 0,5 mg/ml em ampolas e frascos de 1 ml; 0,2 e 1 mg/ml em frascos de doses múltiplas de 5 ml. Evitar o uso do Sandostatina LAR Depot de longa ação, visto que esse produto é para aplicação mensal em pacientes com Acromegalia.

OBS: No Hospital Universitário de Florianópolis tem ampolas de: 1 mL – 0,1 mg (100 mcg)

  • A via de administração é sempre parenteral (endovenoso ou subcutâneo)

Dose, Administração e Duração do Tratamento

Dose Adultos:

  • Doses subcutâneas de 50 a 100 microgramas a cada 8 horas são efetivas na maioria dos pacientes adultos com sintomas de toxicidade aguda por superdosagem ou toxicidade crônica de sulfoniluréias.
  • Na hipoglicemia induzida por quinina uma dose de 50 mcg/hora foi usada em pacientes usando quinina para tratamento de malária.

Dose Crianças:

  • Em crianças, administrar 1 a 1,25 mcg/Kg de peso IV ou SC a cada 6 a 12 horas. Algumas crianças foram tratadas com sucesso com dose IV de 2 a 2,5 mcg/kg, seguida de infusão de 2 mcg/kg/hora.

Duração do Tratamento:

  • Alguns pacientes com intoxicação por sulfoniluréia podem necessitar de doses mais elevadas e de vários dias de terapia.
  • A maioria dos pacientes requer aproximadamente 24 horas de terapia e não apresenta hipoglicemia recorrente com a descontinuação da octreotida.

Administração:

  • Os locais de injeção SC devem ser alternados.
  • Para a administração IV diluir em 50 ml de soro fisiológico ou glicose a 5% e infundir durante 15 a 30 minutos. Alternativamente, a dose pode ser administrada em bolus IV durante 3 minutos
  • Observação:
    • O esquema de dosagem ideal não é conhecido. Para outras indicações, a faixa de dose para crianças é de 2 a 40 mcg/kg/dia e doses diárias de até 1500 mcg são utilizadas em adultos.
    • A farmacocinética do octreotide SC e EV foi estudado em 8 voluntários adultos saudáveis.
      • EV: Meia vida de distribuição 12 minutos; meia vida de eliminação variou de 72 ± 22 min a 98 ± 37 min e foi linear;eliminação renal foi responsável por 30 % e foi reduzida em pessoas idosas e naquelas com insuficiência renal severa.
      • SC: Biodisponibilidade de 100% e pico em 30 minutos; meia vida de eliminação variou de 88 a 102 min.

Mecanismo de Ação

A octreotida é um polipeptídeo sintético e uma análogo de ação prolongada da somatostatina. Antagoniza significativamente a liberação de insulina pelas células beta pancreáticas, além de antagonizar outros hormônios, como o glucagon e o hormônio de crescimento. Experimentos em células beta de hamsters sugerem que a somatostatina inibe a secreção de insulina por diminuir a entrada de Cálcio através dos canais de Cálcio voltagem dependente – mediados por receptor Proteína G. A octreotida se liga ao receptor de Somatostatina, diminuindo o influxo de Cálcio e inibindo a liberação de insulina.

Precauções e Contraindicações

Hipersensibilidade à octreotida ou a qualquer componente da formulação.

Reações Adversas

Em geral o fármaco é bem tolerado. Os pacientes podem sentir dor ou ardência no local da injeção. Para maior parte, o perfil de efeitos adversos é baseado na terapia de longo prazo para outros estados patológicos como, por exemplo, a acromegalia.

  • Os efeitos supressores nas vias biliares podem levar a doença significativa da vesícula biliar (colelitíase e pancreatite)
  • Efeitos Gastrintestinais (diarréia, náuseas,vômitos, flatulência, desconforto ou dor abdominal) podem ocorrer em 5 a 10 % dos usuários. Cefaleia, tontura e fadiga também foram observados
  • Efeitos cardíacos podem incluir bradicardia, anormalidades de condução (prolongamento do intervalo QT), hipertensão e exacerbação da insuficiência cardíaca congestiva. Esses efeitos foram observados principalmente em pacientes tratados para acromegalia.

Uso na Gravidez

Categoria B na gravidez. Não suscetível de causar danos em terapia a curto prazo.

Quantidade mínima para tratar um paciente adulto de 70kg, grave, nas primeiras 24h

4 ampolas de 1mL com 0,1 mg (100 mcg).

Disponibilidade do medicamento em Santa Catarina

Pela portaria dos antídotos deve estar disponível em 31 pontos estratégicos de atenção, Hospitais da Rede de Urgência e Emergência com UTI:

Grande Florianópolis: Hosp. Universitário/UFSC (Fpolis), Hosp. Infantil Joana de Gusmão (Fpolis), Hosp. Reg. Homero de Miranda Gomes (HRSJ / São José), Hospital Azambuja (Brusque); Sul: Hosp. N. Senhora da Conceição (Tubarão); Hosp. São José e Hosp. Santa Catarina (Criciúma); Vale do Itajaí: Hosp. Santo Antônio (Blumenau), Hosp. Reg. do Alto Vale (Rio do Sul), Hosp. Bom Jesus (Ituporanga); Foz do Rio Itajaí: Hosp. Ruth Cardoso (Bal. Camboriú), Hosp. Marieta K. Bornhausen (Itajaí); Nordeste: Hosp. Mun. São José e Hosp. Hans Dieter Schmidt (Joinville); Serra: Hosp. Tereza Ramos e Hosp. Infantil Seara do Bem (Lages); Planalto Norte: Hosp. São Vicente de Paula (Mafra), Hosp. Mat. Sagrada Família (São Bento do Sul); Hosp. de Caridade São Braz (Porto União), Hosp. Santa Cruz (Canoinhas); Meio Oeste: Hosp. Universitário Santa Terezinha (Joaçaba), Hosp. Hélio dos Anjos Ortiz (Curitibanos), Hosp. Maice (Caçador), Hosp. São Francisco (Concórdia), Hosp. Divino Salvador (Videira); Grande Oeste: Hosp. Regional do Oeste (Chapecó), Hosp. Regional do Extremo Oeste (SMO), Hosp. São Paulo (Xanxerê), Hosp. São José (Maravilha).

Obs.: Na prática, este antídoto continua indisponível na Rede Estadual devido a dificuldade de aquisição.

Referências

DRUGDEX® Evaluations. Thomson Micromedex. Disponível em: <http://www.micromedexsolutions.com/micromedex2/librarian>

TOXBASE® . Disponível em: <http://www.toxbase.org>.

OLSON, K.R. Manual de toxicologia clínica. 6ª edição. Editora Artmed. Porto Alegre, 2014.

UPTODATE. Disponível em: http://www.uptodate.com/contents/search

Atualizado em: Mês/2015

Equipe CIT/SC