Mygalomorphae - Aranha Caranguejeira
Classificação
Nome Popular: Caranguejeira, Manduguassu, Aranha-Mata-Cavalo, Tarantulas (EUA), Vogelspinnen (Alemanha)
Nome Científico: Grammostola sp / Vitalius sp/ Avicularia sp / Theraphosa sp/ entre outros
Ordem: Aranae
Subordem: Mygalomorphae
Família: Theraphosidae
Aranha Caranguejeira
Aranha Caranguejeira
Descrição
Aranhas da subordem Mygalomorphae, com mais de 300 espécies descritas no Brasil, podendo variar em tamanho e comportamento. Em geral são aranhas grandes, atingem 10-30cm e vivem até 15 anos. Possuem 8 olhos pequenos, agrupados em um cômoro comum mediano, coloração do corpo pode variar de castanho a negro uniforme.
Quando se sentem ameaçadas usam as patas traseiras para raspar o abdome e liberar cerdas urticantes que podem causar irritação mecânica em pele e mucosas e também desencadear reação de hipersensibilidade.
São animais de hábitos noturnos e passam a maior parte de suas vidas isoladas, habitat variado de acordo com a espécie: podem habitar troncos de árvores, buracos no solo, cupinzeiros, bromélias, túneis no solo.
Alimentam-se principalmente de insetos como gafanhotos e baratas, mas podem procurar presas maiores como lagartixas, rãs, peixes e até roedores ou pássaros recém nascidos.
Estão distribuídas em todas as Américas, o gênero Grammostola predomina em nosso estado.
Ações do Veneno
Alguns estudos demonstraram que o veneno da Trecona venosa (Dippluridae) tem ação neurotóxica em animais de laboratório e poderia causar em humanos sintomas semelhantes ao acidente por Phoneutria sp.
A composição do veneno de outras espécies da família Theraposidae parece ser predominantente de proteínas básicas de baixa toxicidade.
Manifestações Clínicas
No local da picada costuma ocorrer eritema e edema leve, dor de pequena intensidade e curta duração.
As cerdas urticantes do abdome podem provocar dermatites, prurido intenso, tosse (quando atingem via aérea) e até lesões oculares (conjuntivite, ceratouveíte).
Diagnóstico
Não há exames laboratoriais específicos para o diagnóstico do acidente com aranhas caranguejeiras.
O diagnóstico é clínico e através da identificação do animal.
Tratamento
Não existe soro para este tipo de acidente.
Lavar o local da picada com água e sabão.
Se contato ocular: descontaminação com irrigação ocular abundante.
O tratamento consiste principalmente na aplicação de procedimentos terapêuticos para alívio da dor como compressas frias e analgésicos Anti histamínico se necessário.
Corticoide (oral ou tópico) se necessário.
Exames/Monitorização
Não há tempo mínimo de observação recomendado para este tipo de acidente, a solicitação de exames ou monitorização depende do quadro clínico apresentado pelo paciente.
Prognóstico
O prognóstico, na maioria dos casos, é muito bom, pois os acidentes costumam evoluir apenas com manifestações brandas.
Atrax robustus A espécie Atrax robustus (Funnel Web Spider) pertence à subordem Mygalomorphae (família Hexathelidae) e é considerada uma das espécies de aranhas mais perigosas do mundo, encontrada apenas na costa leste da Austrália. Óbitos foram relatados em cerca de 1 hora após a picada: paralisia neuromuscular, hipotensão, coagulopatia, disfunção de múltiplos órgãos e sistemas. |
Referências
CARDOSO, J.L.C. et al. Animais Peçonhentos no Brasil: biologia, clínica e terapêutica dos acidentes. 2ª Edição. São Paulo: Sarvier, 2009
ANDRADE, A. et al. Toxicologia na prática clínica. 2ª edição. Belo Horizonte: Folium, 2013.
https://www.toxbase.org/Poisons-Index-A-Z/S-Products/Spider-Bite-General2/#theraphosidae Acesso em 26/09/2017
CARANGUEJEIRA. Auxílio ao Atendimento. Monografias CIT/SC, 2001.
http://emedicine.medscape.com/article/772401-overview?src=ppc_google_rsla_ref_ous Acesso em 26/09/2017
https://www.toxbase.org/Poisons-Index-A-Z/A-Products/Atrax-robustus/ Acesso em 26/09/2017
Elaboração: Equipe CIT/SC
Atualizado em: Setembro 2017.
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