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Diplopoda - Piolho-de-cobra

Classificação

Nome Popular: Piolho de Cobra, Gongolo, Embuá, Milípede, Maria-café.

Nome Científico: Diplopoda, Lulus sabulosus cylindroiulus, Orthoporus sp.

Filo: Arthropoda

Subfilo: Myriapoda

Classe: Diplopoda

Piolho de cobra

Piolho de cobra

Piolho de cobra

Piolho de cobra

Pigmentação marrom ou negra na pele atingida.

Pigmentação marrom ou negra na pele atingida.

Pigmentação marrom ou negra na pele atingida.

Pigmentação marrom ou negra na pele atingida.

Descrição

Animais invertebrados pertencentes à Classe Diplopoda de corpo cilíndrico e estrutura segmentada, exibindo 2 pares de patas em cada segmento corporal e desprovidos de presas cefálicas inoculadoras.

Apresentam orifícios nas regiões laterais de cada segmento do corpo, por onde eliminam substâncias capazes de repelir predadores.

Não são agressivos, quando se sentem ameaçados assumem posição enrodilhada, porém ao serem comprimidos podem liberar as substâncias repulsivas.

Costumam se mover lentamente e entram nas casas procurando locais escuros e úmidos , são animais de hábito noturno e costumam ser encontrados próximos a lixo, musgos, pedras e troncos podres. Alimentam-se de detritos (detritívoros): partes de plantas/animais em decomposição, fezes e desempenham importante papel na redução da formação de lixo e reciclagem do solo.

Possuem ampla distribuição geográfica e mais de 8 mil espécies descritas ao redor do planeta, sendo mais frequentemente encontrados em regiões de climas temperados e tropicais.

Toxicidade

Produzem fluidos corporais tóxicos como aldeídos, fenóis, cianeto de hidrogênio e quinonas, agentes irritativos e pigmentados, que podem ser ejetados à distância quando o animal é comprimido (por exemplo, ao calçar um sapato e esmagar o animal).

Os acidentes após contato cutâneo apresentam apenas manifestações locais como hiperemia, dor, edema discreto, manchas hipercrômicas que variam desde coloração eritemato-cianótica até marrom enegrecida.

Manifestações Clínicas

O contato com os fluidos corporais do Piolho-de-cobra pode provocar eritema, edema, vesículas e pigmentação marrom ou negra na pele atingida.

Tais lesões hipercrômicas podem persistir por meses, ocasionalmente podem evoluir com hipocromia residual.

A pigmentação cianótica/enegrecida da pele, frequentemente encontrada em extremidades, pode ser confundida com lesões de sofrimento tissular isquêmico e necrose.

O contato da substância com os olhos provoca irritação conjuntival intensa e pode levar a lesões mais graves, interferindo na acuidade visual.

Diagnóstico

Não há exames laboratoriais específicos para o diagnóstico do acidente com Piolho de Cobra.

O diagnóstico é clínico e através da identificação do animal, atentando para história clínica e sintomas associados.

Avaliar o local das lesões hipercrômicas, pois podem apresentar pele normal entre áreas enegrecidas (nos locais onde não houve contato com o fluido, não haverá pigmentação da pele), o que afasta a possibilidade de isquemia/necrose.

Tratamento

Não existe soro para este tipo de acidente.

Lavar o local do contato com água e sabão.

A aplicação de álcool 70% ou éter parecer ser útil pois atuam como solventes de algumas das toxinas.

Em caso de contato ocular é importante fazer irrigação ocular exaustiva com SF 0,9% e encaminhar para avaliação oftalmológica se queixas na acuidade visual.

A dermatite no local do contato não apresenta grandes repercussões clínicas, tratamento pode ser sintomático com analgésico e/ou anti inflamatório.

Exames/Monitorização

Não há necessidade de nenhum exame laboratorial ou observação em ambiente hospitalar;

Orientar que as lesões hipercrômicas são benignas e podem persistir por dias a meses.

Prognóstico

Lesões benignas de bom prognóstico, costumam desaparecer sem nenhum tratamento específico, porém podem persistir por meses.

Referências

COSTA NETO, ERALDO M. A PERCEPÇÃO DE DIPLOPODA (ARTHROPODA, MYRIAPODA) PELOS HABITANTES DO CONDADO DE PEDRA BRANCA, SANTA TERESINHA, BAHIA, BRASIL. Acta biol.Colomb. , Bogotá, v. 12, n. 2, p. 123-134, novembro de 2007. Disponível em <http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0120-548X2007000200010&lng=pt&nrm=iso>. acesso em 13 de setembro de 2017.

LIMA, Carlos Alberto Jatobá et al . Pigmentação exógena em pododáctilos simulando isquemia de extremidades: um desafio diagnóstico provocado por artrópodos da classe Diplopoda ("piolhos-de-cobra"). An. Bras. Dermatol., Rio de Janeiro , v. 85, n. 3, p. 391-392, June 2010 . Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0365-05962010000300018&lng=en&nrm=iso>. acesso em 13 de setembro de 2017.

HADDAD JUNIOR, Vidal et al. Artrópodes venenosos e venenosos: identificação, manifestações clínicas de envenenamento e tratamentos utilizados em lesões humanas. Rev. Soc. Bras. Med. Trop. , Uberaba, v. 48, n. 6, p. 650-657, dezembro de 2015. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0037-86822015000600650&lng=pt_BR&nrm=iso>. acesso em 13 de setembro de 2017.

Piolho-de-cobra. Auxílio ao Atendimento. Monografias CIT/SC, 2003.

Elaboração: Equipe CIT/SC

Atualizado em: Setembro 2017.