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Phoneutria - Aranha armadeira

ClassificaçãoClassificação

Nome Popular: Aranha Armadeira, aranha de banana, foneutria

Nome Científico:Científico: Phoneutria sp, Phoneutria fera, Phoneutria keyserfingi, Phoneutria nigriventer, Phoneutria reidyi, Phoneutria bahiensis, Phoneutria boliviensis.

Ordem: Ctenidae

Família:Família: Araneae

Phoneutria spPhoneutria sp

Phoneutria sp

Disposição dos olhos: Phoneutria spDisposição dos olhos: Phoneutria sp

DisposiçãoDisposição dos olhos: Phoneutria sp

DescriçãoDescrição

Podem atingir de 3 a 4 cm de corpo e atéaté 15 cm de envergadura de pernas. Coberta de pelos cinzentos curtos. Pares de manchas claras no dorso do abdome formando fila longitudinal mediana, àsàs vezes nãonão muito nítidas.nítidas. Ventre negro nas fêmeasfêmeas e alaranjado nos machos.

Examinando com lupa, apresentam oito olhos dispostos em trêstrês filas ocular: 2,4,2. SãoSão conhecidas popularmente como "aranhas armadeiras", pois ao serem molestadas nãonão fogem, apoiam-se nas patas traseiras, erguem as dianteiras e os palpos em posiçãoposição de ataque, abrem as quelíceras,quelíceras, tornando bem visíveisvisíveis os ferrões,ferrões, e procuram picar.

São

São animais errantes (nãonão se fixam num mesmo ambiente) e nãonão constroem teias geométricas.geométricas. Os acidentes ocorrem com frequênciafrequência dentro das residênciasresidências quando elas entram procurando abrigo, principalmente em calçadoscalçados e em ambiente externo ao manusear material de construção,construção, entulhos, lenhas, palhas, troncos, bananeiras, palmeiras, etc. Os acidentes sãosão mais frequentes em péspés e mãos.mãos.

AçõesAções do Veneno

Veneno neurotóxiconeurotóxico periféricoperiférico, causa ativaçãoativação e retardo da ativaçãoativação dos canais neuronais de sódio,sódio, podendo provocar despolarizaçãodespolarização das fibras musculares e terminaçõesterminações nervosas sensitivas, motoras e do sistema nervoso autônomo,autônomo, favorecendo a liberaçãoliberação de neurotransmissores acetilcolina e catecolaminas. Pode induzir a contraçãocontração da musculatura lisa vascular e o aumento da permeabilidade vascular por ativaçãoativação do sistema calicreína-calicreína-cininas e de óxidoóxido nítrico.nítrico.

ATENÇÃOATENÇÃO

Todos os pacientes picados por Aranha Armadeira, com sintomas, devem ser encaminhados para avaliaçãoavaliação médicamédica e observaçãoobservação por 6 horas apósapós o acidente.

Crianças,Crianças, idosos e pacientes debilitados devem ser observados com mais rigor.

ManifestaçõesManifestações ClínicasClínicas

ManifestaçõesManifestações Locais: As manifestaçõesmanifestações locais sãosão as mais frequentes, bastante proeminentes e imediatas. A dor local éé imediata, geralmente de forte intensidade, podendo irradiar atéaté a raiz do membro afetado, sendo este o sintoma mais frequente. As marcas da picada sãosão normalmente visíveis.visíveis. Outras manifestaçõesmanifestações observadas no local da picada são:são: edema, eritema, parestesia e sudorese no local da picada.

ManifestaçõesManifestações Sistêmicas:Sistêmicas: As manifestaçõesmanifestações clínicasclínicas sistêmicassistêmicas sãosão mais raras. Crianças,Crianças, idosos e pacientes debilitados devem ser observados como mais rigor. Pode se observar sudorese profusa, vômitos,vômitos, taquicardia, hipertensãohipertensão arterial, prostração,prostração, alteraçõesalterações do ritmo cardíacocardíaco e/ou respiratório,respiratório, palidez, priapismo, convulsões,convulsões, diarreia, estertores àà ausculta pulmonar (indicativos de provávelprovável edema pulmonar) e presençapresença de sinais sugestivos de choque. VômitosVômitos e sudorese generalizada sãosão sinais que sugerem comprometimento sistêmico,sistêmico, que em geral iniciam-se nas primeiras horas apósapós o acidente.

Tratamento

Consiste principalmente na aplicaçãoaplicação de procedimentos terapêuticosterapêuticos para alívioalívio da dor como infiltraçãoinfiltração anestésicaanestésica local, analgésicosanalgésicos administrado por via oral ou sistêmica.sistêmica. Soroterapia antiveneno apenas nos casos moderados e graves

Quadro 1: ClassificaçãoClassificação quanto àà gravidade, manifestaçõesmanifestações clínicasclínicas e as medidas terapêuticasterapêuticas recomendadas:

ClassificaçãoClassificação                                                  

ManifestaçõesManifestações ClínicasClínicas

Tratamento

ObservaçãoObservação

Leve

PresençaPresença das manifestaçõesmanifestações locais, principalmente dor local na maioria dos casos, eventualmente taquicardia e agitaçãoagitação (91% dos casos).

  • Anestesia local e/ou analgesia VO ou parenteral.

ObservaçãoObservação clínicaclínica atéaté seis horas apósapós o acidente

Moderada

Dor local intensa associada a sudorese e/ou vômitosvômitos ocasionais e/ou agitaçãoagitação e/ou visãovisão "turva" e/ou hipertensãohipertensão arterial (7,5% dos casos).

  • 2 - 4 ampolas de SAAr
  • Anestesia local e/ou analgesia VO ou parenteral.

InternaçãoInternação por 24h

Grave

AlémAlém das anteriores, apresenta uma ou mais das seguintes manifestações:manifestações: sudorese profusa, sialorréia,sialorréia, vômitosvômitos freqüentes,freqüentes, hipertonia muscular, priapismo, choque e/ou edema pulmonar agudo (0,5% dos casos).

  • 5 ampolas de SAAr
  • Anestesia local e/ou analgesia VO ou parenteral.
  • Medidas de suporte vital e cuidados intensivos

InternaçãoInternação em Unidade de Terapia Intensiva

1. Geral:

  • A dor local pode ser tratada com analgésicoanalgésico sistêmico,sistêmico, tipo dipirona ou com infiltraçãoinfiltração anestésicaanestésica local ou troncular àà base de lidocaínalidocaína a 2% sem vasoconstrictor (3-4mL em adultos e de 1-2mL em crianças)crianças). A maioria dos pacientes que necessitam de anestesia local tem boa resposta com apenas uma infiltração.infiltração.
  • Havendo recorrênciarecorrência da dor, pode ser necessárionecessário aplicar nova infiltração,infiltração, em geral em intervalos de 60 a 90 minutos.
  • Lavar o local da picada
  • A imersãoimersão do local em águaágua morna ou o uso de compressas quentes tambémtambém auxiliam no controle da dor.
  • Manter o paciente em observaçãoobservação por 6 horas apósapós a picada e orientar que entrem em contato com o CIT, na presençapresença de manifestaçõesmanifestações sistêmicassistêmicas para reclassificar o caso

2. Específico:Específico: A soroterapia antiveneno - Soro antiaracnídicoantiaracnídico (Loxosceles, Phoneutria e Tityus)

  • está

    Está indicada nos casos moderados e graves, aliada a medidas de suporte vital, e em pacientes com dor persistente apósapós completado o tratamento geral. Todos os pacientes graves devem ser internados numa unidade de cuidados intensivos para monitoramento dos distúrbiosdistúrbios hemodinâmicoshemodinâmicos e respiratórios.

respiratórios.

SOROTERAPIA: As ampolas do Soro antiaracnídicoantiaracnídico (Loxosceles, Phoneutria e Tityus) devem ser diluídasdiluídas em 100 ml a 200 ml de SF ou SG5%, para administrar-se por via endovenosa (EV), em 30 minutos, sendo o paciente monitorado pela equipe médicamédica e/ou da enfermagem durante este procedimento.

MEDICAÇÃOMEDICAÇÃO PRÉVIA:PRÉVIA: Fazer 15 minutos antes da soroterapia:

::*

  • Anti-H1: Difenidramina 1 mg/Kg EV (máxmáx 50 mg). Na indisponibilidade da Difenidramina, utilizar um anti-histamínicohistamínico VO (como a Dexclorfeniramina ou a Loratadina).

  • ::*Corticóide:

  • Corticóide: Hidrocortisona 10 mg/Kg EV (máxmáx 500 mg).

Observação:Observação:

:*

  • Gestantes, mulheres amamentando e criançascrianças podem receber a soroterapia específicaespecífica normalmente, nas mesmas doses indicadas.

Exames/MonitorizaçãoMonitorização

NãoNão exames laboratoriais específicosespecíficos para o diagnósticodiagnóstico do acidente com Phoneutria.

Nos casos graves éé aconselhávelaconselhável avaliar o perfil laboratorial dos gases arteriais, glicemia e eletrólitos.eletrólitos. Nestes casos observou-se leucocitose com neutrofilia, hiperglicemia e acidose metabólica.metabólica. Nos casos com edema pulmonar e/ou hipotensão/hipotensão/choque tambémtambém devem ser realizadas a radiografia simples de tóraxtórax e ecocardiografia, visando uma melhor avaliaçãoavaliação da funçãofunção miocárdica.miocárdica.

PrognósticoPrognóstico

O prognóstico,prognóstico, na maioria dos casos, éé bom, pois sãosão raros os casos graves. Crianças,Crianças, idosos e pacientes debilitados devem ser observados com mais cuidado.

ReaçãoReação ao Soro

A soroterapia antiveneno nãonão éé um procedimento isento de riscos, havendo possibilidade do aparecimento de reações,reações, que podem ser classificadas em precoces e tardias:

  • REAÇÕESREAÇÕES PRECOCES: A maioria ocorre durante a infusãoinfusão do antiveneno e nas duas horas subsequentes. Geralmente leves, mas devem ser mantidos em observação,observação, no mínimomínimo por 24 horas, para detecçãodetecção de outras reaçõesreações que possam ser relacionadas àà soroterapia. Os sinais e sintomas mais frequentes são:são: urticária,urticária, tremores, tosse, náuseas,náuseas, dor abdominal, prurido e rubor facial. Raramente graves, semelhantes a reaçãoreação anafiláticaanafilática ou anafilactóide.anafilactóide. Nestes casos, os pacientes podem apresentar arritmias cardíacas,cardíacas, hipotensãohipotensão arterial, choque e/ou quadro obstrutivo de vias respiratórias.respiratórias. Na presençapresença de reaçõesreações devem ser tomadas as seguintes medidas: suspender temporariamente a infusãoinfusão do soro antiveneno e tratar as reações.reações. Uma vez controlada a reaçãoreação ao soro, a soroterapia antiveneno deve ser reiniciada. O soro pode ser diluídodiluído em SF ou soro glicosado a 5 %, numa razãorazão de 1:2 a 1:5 e infundido mais lentamente.
  • REAÇÕESREAÇÕES TARDIAS: TambémTambém conhecida como DoençaDoença do Soro. Pode ocorrer entre 5 a 24 dias apósapós a administraçãoadministração do soro antiveneno. Os pacientes podem apresentar febre, artralgia, linfoadenomegalia, urticáriaurticária e proteinúria.proteinúria. Tratamento recomendado com corticosteróide:corticosteróide: Prednisona, dose: 1mg/kg dia (máximomáximo de 60 mg) por 5 a 7 dias.

Entregar a "Carta de ReaçãoReação Tardia ao Soro" para todos os pacientes que receberam soro antiveneno:

Carta de ReaçãoReação Tardia ao Soro

ReferênciasReferências

BRASIL. Manual de diagnósticodiagnóstico e tratamento de acidentes por animais peçonhentos.peçonhentos. ed. - Brasília:Brasília: FundaçãoFundação Nacional de Saúde,Saúde, 2001. 120.Manual de DiagnósticoDiagnóstico e Tratamento de Acidentes por Animais PeçonhentosPeçonhentos - 2001

CARDOSO, J.L.C. et al. Animais PeçonhentosPeçonhentos no Brasil: biologia, clínicaclínica e terapêuticaterapêutica dos acidentes. Edição.Edição. SãoSão Paulo: Sarvier, 2009

Protocolo clínicoclínico para acidente por aranha do gênerogênero Phoneutria - Aranha Armadeira”Armadeira”. DisponívelDisponível em:http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/leia-mais-o-ministerio/197-secretaria-svs/10400-animais-peconhentos-utilizacao-racional-de-anivenenos. Acesso em: 06 de agosto de 2016.

Phoneutria. AuxílioAuxílio ao Atendimento. Monografias CIT/SC, 2016.

Elaboração:Elaboração: Equipe CIT/CIATox/SC

Atualizado em: Novembro de 2016.